Internet na vida dos estudantes
"O percentual de estudantes [...] com acesso à internet cresceu de 86,6%, em 2018, para 88,1% em 2019, mas 4,3 milhões ainda não utilizavam o serviço, sendo a maioria alunos de escolas públicas (95,9%). Enquanto, 4,1 milhões de estudantes da rede pública de ensino não tinham acesso ao serviço, apenas 174 mil alunos do setor privado não tinham conexão à rede [...]".
Esse é um trecho extraído da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) Contínua, que investigou no final de 2019 o acesso à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Em poucas palavras ele diz muito sobre o sistema de ensino brasileiro e a real situação socioeconômica dessas famílias.
A desigualdade entre a rede pública e privada já foi tema de alguns dos nossos posts e ela segue impactando a vida de crianças e jovens. Com a pandemia esse cenário ficou ainda mais evidente.
"Somente 64,8% dos estudantes de escolas públicas têm celular", diz a pesquisa, que também informa que quase 20% deles não possuem internet por acharem o serviço caro. Então dá pra imaginar a dificuldade de implantar o ensino remoto com essa parcela de estudantes, né?
Foi muito comum durante o ensino remoto ouvir relatos de estudantes da rede pública que não possuíam celular próprio, e tinham que esperar o responsável chegar em casa para poder estudar, tendo que, muitas vezes, dividir o aparelho com os irmãos.
Com esses fatos apresentados, fica a reflexão: os impactos da pandemia no Brasil estão sendo os mesmos para os estudantes da rede pública e privada? Como essa diferença será reparada?
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